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Carlos do Carmo lá no Céu!

data-filename="retriever" style="width: 100%;">Nascemos próximos um do outro, Carlos do Carmo em 21 de dezembro de 1939, em Lisboa, eu no dia 19 de agosto de 1940, em Santa Maria. Por conta das suas canções - que ouço seguidamente pelo Spotify Premium - continuamos próximos, embora ele já esteja no Céu. Para lá se foi no dia 01 de janeiro passado, partindo de Lisboa.

Uma noite inesquecível aconteceu no dia 01 de junho de 2013. Durante a última semana de maio decidimos, Tania e eu, deixar Paris para festejarmos seu aniversário - dela, Tania - em Lisboa, com nossos irmãos de coração Francisco Seixas da Costa e Gina. Francisco viajara por dois dias e nos fomos, Gina, Tania e eu, ao O Faia! Uma casa de fados maravilhosa, na rua da Barroca, 54-56, no Bairro Alto! Uma noite realmente inesquecível no O Faia, criado muitos anos antes pela mãe do Carlos, a fadista Lucília do Carmo.

Carlos do Carmo aos quinze anos foi levado pela sua mãe e pai para estudar na Suíça, onde esteve durante três anos, frequentando o Institut auf dem Rosenberg, um colégio alemão formidável. Jovem, estudou e tornou-se fluente em francês, inglês, alemão, italiano e espanhol. Grande figura humana desde jovem, bem jovem! Ouvi-lo cantar, isso me enternece. Aqui onde agora estou a escrever estas linhas basta que eu toque em uma tecla e o ouça perguntando "de quem eu gosto?", afirmando que nem às paredes confessa, lembrando o homem novo e - maravilha! - o amarelo da Carris!

Carlos do Carmo cantou inúmeras canções de Ary dos Santos, entre outras, Um homem na cidade, Lisboa menina e moça, Estrela da Tarde, O homem das castanhas, O amarelo da Carris, Sonata de Outono, Fado varina.

Belos momentos da sua vida a rememorarmos. Primeira vinda ao Brasil em 1973, quando cantou no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, junto a Elis Regina. Mais adiante no Memorial da América Latina, em São Paulo, no Canecão, no Rio de Janeiro, e um episódio formidável, ele e Ivan Lins cantando juntos, em 2016, na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa.

O espaço que tenho aqui me faz sucinto, de sorte que me limito a lembrar rapidamente suas notáveis apresentações no Olympia de Paris em outubro de 1980, na Ópera de Frankfurt, na Ópera de Wiesbaden, no Hotel Savoy de Helsinki, no Teatro da Rainha em Haia, no Teatro de São Petersburgo, no Place des Arts em Montreal, no Tivoli em Copenhagen.

Lá se foi ele para o Céu há menos de três meses. Um aneurisma o tombou por aqui, mas ele lá está certamente a relembrar que o Amarelo da Carris vai da Alfama à Mouraria - quem diria! - vai da Baixa ao Bairro Alto, trepa à Graça em sobressalto, sem saber geografia! Um dia, no futuro, nos veremos por lá!

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